Mudança na lei de fogos sem barulho expõe silêncio do ex-vereador Davi, autor da norma, diante da decisão do prefeito Serginho
A recente alteração na lei que proibia fogos com barulho em Cabo Frio reacendeu o debate sobre a proteção de pessoas vulneráveis, animais e do meio ambiente. A mudança, realizada pela gestão do prefeito Serginho, libera o uso de fogos sonoros para o réveillon, e gerou estranhamento pelo silêncio do ex-vereador Davi, autor da legislação original que instituiu no município a política de fogos silenciosos.
A lei, aprovada durante o mandato de Davi na Câmara Municipal, foi celebrada na época como um avanço civilizatório, alinhado às diretrizes de proteção a autistas, idosos, hospitais e animais domésticos. Agora, com a decisão do governo municipal de flexibilizar a norma, o debate voltou a ganhar força, e a ausência de posicionamento público do ex-parlamentar tem sido motivo de questionamento.
A norma criada pelo ex-vereador estabelecia regras claras para a proibição de fogos com estampido no município, acompanhando uma tendência nacional de cidades que buscam minimizar impactos auditivos e ambientais.
Com a mudança realizada pela Prefeitura, fogos com barulho passam a ser permitidos exclusivamente no período do réveillon, alegação apresentada pelo Executivo para justificar a contratação de um espetáculo pirotécnico milionário para a virada do ano.
Críticos apontam que a alteração enfraquece o objetivo da lei e fere o espírito de proteção que motivou sua criação.
Aliado político do prefeito: fator de contradição
O silêncio de Davi ganha ainda mais peso porque o ex-parlamentar é considerado aliado político de Serginho. Em 2020, ambos compuseram o mesmo grupo eleitoral, além disso sua companheira está à frente de uma secretaria do município de Cabo Frio. Agora, diante da mudança direta em uma lei de sua autoria, e em um tema que ele encabeçou com forte atuação, parte da população espera uma manifestação firme.
Moradores têm questionado:
Davi concorda com a flexibilização da lei?
Ele foi consultado pela Prefeitura antes da mudança?
A decisão atende ao interesse público ou apenas à agenda política da atual gestão?
O ex-vereador mantém o compromisso que defendia à época da aprovação da lei?
Prefeitura mantém decisão para garantir show de fogos
A mudança na lei ocorre justamente no mesmo momento em que o governo municipal anunciou gastos superiores a R$ 5 milhões com queima de fogos para o réveillon, mesmo em meio ao decreto de calamidade financeira.
Enquanto isso, o autor da lei permanece em silêncio
Para muitos, o silêncio do ex-vereador Davi enfraquece sua própria bandeira política e deixa a população sem respostas sobre uma mudança que afeta diretamente crianças autistas, idosos, animais, hospitais e pessoas sensíveis ao barulho.
Com a cidade dividida e os debates intensificados, cresce o apelo para que o ex-vereador finalmente se pronuncie:
Ele apoia a decisão do aliado prefeito ou continuará defendendo a lei de fogos silenciosos que ajudou a construir?
