Rodrigo Bacellar é preso pela PF sob suspeita de vazar operação contra TH Joias — Alerj amanhece em crise
Na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, agentes da Polícia Federal (PF) deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva contra o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), no âmbito da operação batizada de Operação Unha e Carne. O parlamentar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da investigação que prendeu o deputado estadual TH Joias, ação anterior conhecida como Operação Zargun.
Além da prisão, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e uma ordem de intimação para medidas cautelares diversas da prisão.
TH Joias, Zargun e suspeita de infiltração do crime organizado
O ex-deputado TH Joias, preso em setembro de 2025, foi alvo da Operação Zargun, conduzida pela PF em conjunto com o Ministério Público, que apurou ligação com facções criminosas, tráfico internacional de armas e drogas, lavagem de dinheiro e corrupção. Ele é suspeito de usar o mandato para beneficiar grupos criminosos. Vinte pessoas foram indiciadas no processo, conforme relatório final da PF. A versão oficial aponta que o esquema investigado pelo Estado seria amplo, envolvendo facilitação de operações de tráfico, importação de armas e uso de influência política para proteger membros da facção dentro de órgãos públicos.
O que a PF alega sobre o papel de Bacellar
Segundo a Polícia Federal, Rodrigo Bacellar é suspeito de ter repassado dados sigilosos da Operação Zargun a pessoas investigadas ou ligadas ao esquema, o que teria comprometido a eficácia da ação policial e favorecido a evasão ou preservação de criminosos investigados. A acusação aponta que o vazamento pode ter ocorrido por meio de uso de sua posição institucional e acesso a informações restritas, configurando risco à investigação e à segurança pública.
Repercussão política e institucional
A prisão do presidente da Alerj gera impacto direto no cenário político do estado:
A Mesa Diretora da Casa Legislativa deve se reorganizar em meio a crise de confiança.
A imagem da Assembleia, que deveria fiscalizar investigações e garantir legalidade, sofre abalo, com risco elevado de crise institucional.
A opinião pública volta a questionar a segurança jurídica e a vulnerabilidade do sistema diante de investigações envolvendo políticos.
Analistas apontam que, caso as suspeitas sejam confirmadas, o caso representará um marco: um presidente da Alerj detido por comprometimento de investigação contra crime organizado.
Nos últimos meses, as operações Zargun e Unha e Carne colocaram sob suspeita uma rede de tráfico de armas, lavagem de dinheiro e corrupção com ramificações no tráfico e dentro da política fluminense. A prisão de um nome de peso, presidente da Alerj, evidencia a gravidade da situação e levanta o alerta de que o crime organizado usava não apenas a criminalidade tradicional, mas também articulações políticas para manter seu poder.
